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VARÍOLA

HISTÓRIA

       Cogita-se que o surgimento da varíola tenha se iniciado na Índia, mas sendo descrita por toda a Ásia e África antes mesmo da era cristã. Por conta de seus altos índices de morbidades, inúmeras lendas e cultos foram criados para divindades de ambos os continentes.

 

       Os primeiros registros brasileiros datam de 1563, na Ilha de Iataparica (Bahia), mas a doença não demorou para se espalhar por salvador e gerar a morte de indígenas, principalmente.

 

       O vírus da varíola já foi utilizado como arma biológica, logo durante a colonização do continente americano, pelo general Hernán Cortés no século XVI durante a guerra contra o império asteca, dizimando assim quase a totalidade da população.

       Durante o governo do presidente Rodrigues Alves (1902-1906), apesar das condições financeiras no país estarem progredindo e ele ter tomado medidas como o saneamento da cidade do Rio de Janeiro (o que reduziu os casos de febre amarela e peste), a miséria das grandes cidades continuava elevada e a população descontente.

       A população carioca, em meio a demolição de casas para a construção de avenidas, do aumento no preço do aluguel, das medidas de saneamento promovidas pelo então diretor da Saúde Pública (Oswaldo Cruz), as quais envolviam a entrada em casas para extermínio de ratos e mosquitos e, principalmente, a obrigatoriedade sem explicação da vacina antivariólica, iniciou uma revolta que durou quatro dias no ano de 1904.

SOBRE

       O único reservatório da varíola é o ser humano e sua principal forma de contágio é a partir de gotículas e secreções respiratórias, demorando cerca de 12 a 14 dias para que comece a aparecer os primeiros sinais e sintomas (febre, dores de cabeça, prostração e exantema); a partir, mais ou menos, do 16° dia começam a surgir as chamadas pápulas (borbulhas na pele), que evoluem para pústulas (edema) e crostas. A transmissão do vírus ocorre logo no aparecimento dos primeiros sintomas, mas a sua fase mais perigosa é cerca de 7 a 10 dias após o aparecimento dos exantemas.

 

       Ao final do século XVIII as primeiras tentativas na criação de uma vacina foram iniciadas por Edward Jenner, mas a publicação dos resultados encontrados pela vacina só ocorreram no ano de 1798.

 

       A varíola é causada pelo vírus Poxvirusvariolae, o qual possui duas formas de manifestação, uma de caráter mais agressivo denominada "major" e outra de caráter mais brando chamada "minor". Independente do grau de letalidade, ambas as formas são capazes de gerar as lesões, cicatrizes e até mesmo a cegueira por conta dos exantemas (erupções na pele) generalizados.

       A varíola é uma doença que atualmente encontra-se extinta, tendo o último caso registrado na região da Somália em 1977; já no Brasil o último caso registrado foi no ano de 1971.

 

       Em 1980, após a erradicação do vírus da varíola, a vacina saiu de circulação e atualmente, que se saiba, o vírus encontra-se conservado em apenas dois laboratórios no mundo, um localizado nos Estados Unidos da América e outro na Rússia.

EXTRAS

       Após a penetração do vírus, ele segue até as células reticuloendoteliais de todo o corpo, onde ocorre uma multiplicação secundária e o surgimento dos quadros clínicos iniciais. As lesões da varíola tendem a surgir logo após o desaparecimento da febre e de maneira simultanea, já tendo ocorrido o aparecimento dos exantemas pelo corpo.

 

       O surgimento da imunidade ativa é de longa duração, sendo que a imunidade celular parece atuar apenas na supressão da disseminação do vírus de célula a célula

 

       A coleta de material é baseado na fase em que a doença se encontra. Na fase pré-eruptiva o sangue deve ser utilizado sem anticoagulante; já na fase máculo-pulpar utiliza-se material da raspagem das lesões cutâneas; na fase vesículo-postular, faz-se uso do conteúdo das lesões; na fase de crostas elas são utilizadas por serem fonte de isolamento do vírus.

 

       As identificações laboratoriais mais utilizadas são feitas através de testes biomoleculares, como por exemplo a PCR, e também método de ELISA. Também é possível que a identificação seja feita através de microscopia óptica ou eletrônica ou ainda por inoculação na membrana carioalantóide de ovos embrionados.

© 2015 - Alunos da XXXIX turma de Biomedicina

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